sexta-feira, 4 de dezembro de 2015

QUANDO É NATAL 

por Diácono Almir Martins 


O Verbo Divino que não é carne, " se fez carne" e habitou entre nós! 

É chegado o Natal! 

Caros irmãos e irmãs na Fé! É tempo do ADVENTO. 

Quatro semanas em que preparamos mais intensamente o nosso coração para a festa natalina. Está chegando esta grande festa da cristandade - O Natal de Jesus! 

Sob o signo de uma Estrela Guia, que guiou os Santos Reis Magos do Oriente, num estábulo nasceu o Salvador, pobre e inclinado numa manjedoura. 

Nasceu o Menino pobre! 

É obra Divina e humana. Nasceu de Maria - a humilde Serva do Senhor, a "Amada de Deus e Senhora nossa. Quantas lições aprendemos neste Tempo do Advento, nestas quatro semanas que antecedem o Natal! 

Aprendemos que é um tempo onde "todo mundo ama todo mundo" , ou finge amar, pois vemos até mesmo pessoas que não se aturam, não se suportam, que neste tempo, se cumprimentam pela ruas. Há um "oba,oba" . 

As pessoas andam mais depressa. O comércio é ativado. O dinheiro gira rápido. 

Aprendemos também lições de humanidade e fraternidade. Os corações amolecem. As campanhas de ajuda aos mais necessitados se intensificam. Os carteiros trabalham horas extras. Há uma chuva de envelopes padronizados com felicitações de "boas festas" - "Um feliz Natal e um próspero Ano Novo". 

No Natal aprendemos na Igreja de Cristo e recapitulamos o terceiro mistério gozoso - "o desapego aos bens materiais e o nosso apego aos bens espirituais", pois lembramos que o Menino nasceu pobre numa gruta de Belém. 

Aprendemos, finalmente, com o Natal, ou pelo menos deveríamos guardar uma verdade e nos converter para ela. A verdade de que, um só dia não é o Natal, mas o renascer de cada aurora. Que sendo criado á imagem e semelhança de Deus, nasce a vida todo dia - e isto é Natal ! 
Nasce a vida nas peripécias das crianças, no pião lançado no círculo em fieira desprevenida, na bola que a criança chutou na vidraça alheia, nos joelhos esfolados da esperança. E isto aprendemos QUANDO É NATAL!

sexta-feira, 6 de novembro de 2015

MISERICORDIAE VULTUS


por Almir Martins 


Irmãos em Cristo, Salve Maria! 

Com as bênçãos da Imaculada Conceição, a padroeira de Imbituba, estamos sendo convidados pela Igreja Católica a vivenciarmos O ANO DA MISERICÓRDIA, que começa no dia 08 de dezembro e terminará no ano que vem, em novembro com a Festa de Cristo Rei. 

Está registrado na Bula Papal (documento 200) intitulada pelo Papa Francisco de “O Rosto da Misericórdia” ou “ Misericordiae Vultus”. A Bula de proclamação do Jubileu extraordinário da misericórdia, indica os tempos, as datas de abertura e encerramento do Jubileu e as modalidades principais do seu desenvolvimento. Francisco apresenta uma reflexão teológica e bíblica sobre o tema da misericórdia, fazendo referência aos dois Testamentos e à misericórdia como missão da Igreja. O dia 8 de dezembro de 2015 também marca os 50 anos de encerramento do Concílio Vaticano II. O Papa Francisco assinalou este evento como "uma nova etapa na evangelização de sempre" e, citando São João XXIII e o Beato Paulo VI, ressaltou o primado da misericórdia na vida da Igreja.
Somos convidados a “atravessar a PORTA DA MISERICÓRDIA“. Somos convidados a receber, passando por uma “conversão” e gestos de misericórdia, INDULGÊNCIAS! O Santo Padre estabeleceu como lema do Ano Santo a exortação de Jesus: "Sede misericordiosos, como o vosso Pai é misericordioso" (Lc 6, 36), assinalando a virtude da misericórdia como um "critério para individuar quem são os seus verdadeiros filhos". "Somos chamados a viver de misericórdia, porque, primeiro, foi usada misericórdia para conosco", ensinou. Ao indicar o caminho para praticar essa virtude, o Papa pediu aos fiéis que ficassem atentos à voz de Deus. "O imperativo de Jesus é dirigido a quantos ouvem a sua voz. Portanto, para ser capazes de misericórdia, devemos primeiro pôr-nos à escuta da Palavra de Deus. Isso significa recuperar o valor do silêncio, para meditar a Palavra que nos é dirigida".
Sua Santidade também pediu que se redescubram as obras de misericórdia. "É meu vivo desejo que o povo cristão reflita, durante o Jubileu, sobre as obras de misericórdia corporal e espiritual". Comuns na catequese tradicional da Igreja, as obras de misericórdia corporal são: dar de comer aos famintos, dar de beber aos sedentos, vestir os nus, acolher os peregrinos, dar assistência aos enfermos, visitar os presos e enterrar os mortos. As de misericórdia espiritual, por sua vez, são: aconselhar os indecisos, ensinar os ignorantes, admoestar os pecadores, consolar os aflitos, perdoar as ofensas, suportar com paciência as pessoas molestas e rezar a Deus pelos vivos e defuntos. Vivamos, pois, à partir do dia 08 de dezembro o Ano da Misericórdia! 
Amém!

sábado, 31 de outubro de 2015

MÊS DE NOVEMBRO NA IGREJA 

por Anselmo Ramos


O mês de novembro na igreja é marcado por importantes momentos de reflexão e celebração. 

Logo no primeiro dia do mês a igreja celebra a "Festa de Todos os Santos". A liturgia desta solenidade traz na primeira leitura um trecho do livro do apocalipse, onde São João tem uma linda visão do céu, com Jesus sentado no trono tendo diante de si uma multidão incontável, trajando vestes brancas. "Estes são os que vieram da grande tribulação; lavaram e alvejaram suas vestes no sangue do cordeiro". 

É com essas palavras que o ancião informa a João quem são aquelas pessoas que estão diante do trono. A festa de todos os santos é então a celebração da vida eterna junto de Deus, e nos traz a certeza de que seguindo Seu caminho nesta terra, chegaremos um dia a ser contados entre essa multidão que hoje já faz parte da igreja triunfante. 

No dia seguinte a todos os santos celebramos o Dia de Finados, ou o Dia dos Fiéis Defuntos, que é quando rezamos por todos os que já foram tirados do nosso convívio. 



Existe uma diferença entre as palavras finados e defuntos. A primeira significa "aquilo que findou", aquilo que acabou"; a segunda vem do latim e significa "aquele que cumpriu a missão", "aquele que desempenhou completamente". Conforme o ensinamento da igreja, aqueles que partem não se extinguem, apenas concluem sua passagem por esta vida. 
O Dia dos Fiéis Defuntos, portanto, é o dia em que a igreja celebra o cumprimento da missão das pessoas queridas que já faleceram, através de preces a Deus por seu descanso junto a Ele. É o dia do amor, porque amar é sentir que o outro não morrerá nunca, mesmo que esteja distante; amar é saber que o outro necessita de nossos cuidados e de nossas preces mesmo quando já não o podemos ver. Pois a vida cristã é viver em comunhão íntima com Deus e com os irmãos, agora e para sempre. Nisso consiste a comunhão dos santos. 

Outra festa importante no calendário litúrgico católico é a Festa de Cristo Rei, que é celebrada no último domingo do ano litúrgico. No domingo seguinte já entramos no advento e, portanto, num novo ano litúrgico. Começamos o ano nos preparando para o nascimento de Cristo e terminamos celebrando-o como Rei do Universo. Ele é o alfa e o ômega, o princípio e o fim de todas as coisas. A festa de Cristo Rei foi criada pelo papa Pio XI em 1925. Instituiu que fosse celebrada no último domingo de outubro. Agora, na reforma litúrgica passou ao último domingo do ano litúrgico como ponto de chegada de todo o mistério celebrado, para dar a entender que Ele é o fim para o qual se dirigem todas as coisas.

quarta-feira, 14 de outubro de 2015


MÊS DE OUTUBRO – MÊS MISSIONÁRIO

por Manoel Bertoncini


                Não é sem razão que o mês de outubro foi escolhido como mês missionário. Ele não somente inicia com aquela que foi eleita padroeira das missões - Santa Terezinha do Menino Jesus – como lembra a chegada dos primeiros missionários à América, bem como a festa de outros santos que tiveram atuação missionária, e, sobretudo, as aparições de Maria, no Brasil e em Portugal.
Meu objetivo aqui é ajudá-lo a lembrar, brevemente, sobre cada um deles, deixando a você a oportunidade de se aprofundar em cada uma das referências.
Neste sentido, temos, no dia primeiro, Santa Terezinha do Menino Jesus, ou Santa Terezinha de Lisieux, pois foi no Carmelo ou clausura desta cidade que ela entrou aos 15 anos, por autorização especial do Papa, e só saiu para o encontro com Deus, e de onde, através de sua intensa vida espiritual, da oferta das pequenas ações cotidianas e profunda união com Jesus, que acabou recebendo o título de protetora de todos os missionários.

                Dia 04 festejamos São Francisco de Assis que, embora não seja lembrado tipicamente como missionário, não temos dúvida de que o seu exemplo de vida, de entrega total a Deus, de pobreza e humildade, falam mais que mil homilias. Ele seguiu ao pé da letra a resposta de Jesus à indagação do jovem rico: ”se queres ser perfeito, vá, vende tudo que tens, dá aos pobres, vem e segue-me”.

Dia 08 celebramos a festa de São Luiz Beltran, padroeiro da Colômbia, que deixou a Espanha para levar a mensagem evangélica ao povo colombiano, em especial aos índios achacados de suas terras, e aos negros trazidos como escravos da África, por quem lutou e tentou proteger em seus direitos básicos. Por isso sofreu vários atentados contra sua vida por parte de fazendeiros e traficantes humanos, superando a todos sem se abater.

Fazendo um parêntesis, no dia 12 de outubro de 1492 a América é descoberta por Cristóvão Colombo, que chega a San Salvador com as caravelas Santa Maria, Pinta e Nina, financiadas pelos reis católicos de Aragão e Castela, trazendo consigo os primeiros missionários, ainda que se destinasse às Índias.

Dia 12 tem lugar a padroeira do Brasil, Nossa Senhora da Conceição Aparecida, que, exercendo seu papel de mãe, aparece em 1717 no país verde, azul e amarelo na pele preta daqueles filhos que estavam sendo ultrajados, tratados como animais, na tentativa de nos lembrar que somos todos irmãos em Cristo, e que por isso Ele deu a vida para todos, indistintamente. Daqui a dois anos vamos completar três séculos desse feito. E devemos fazê-lo com muita alegria, mas também com muita preocupação, principalmente pelos rumos que nosso país está tomando, com uma profunda crise moral e de desrespeito ao próximo, que se abateu nesses últimos anos, onde a vida humana parece ter perdido o seu valor.

No dia 13, ainda acalentados pela festa da Mãe Aparecida, somos guindados a lembrar de sua última aparição em Fátima, Portugal, em 1917, quando a humanidade se destruía com a Primeira Guerra Mundial. Diante de aproximadamente 100.000 pessoas, ela dá o testemunho de seu poder como mãe de Deus, fazendo o sol se precipitar e girar por cima daquela gente apinhada, muitos dos quais apenas curiosos e descrentes, como, aliás, muitos que fazem questão de negar tal acontecimento, ocorrido diante de tantos. Mas o que não podemos esquecer é da insistência de Maria à reza do Terço diariamente. Fazemos isso?

Diante de tantas evidências por parte de Deus e de sua Mãe em relação ao mês de outubro, a Igreja Católica sempre definiu este mês como mês missionário, e, neste ano, o terceiro final de semana como dia MUNDIAL DAS MISSÕES (17/18).

                Cabe, no entanto, a nós, cristãos católicos, não ficarmos somente com as datas e as referências históricas, nem com a descrição dos feitos de cada personagem, como meros acréscimos em nosso cabedal de conhecimento, mas o de respondermos, com gestos e ações, ao convite do Mestre, de SERVIRMOS ao próximo, onde quer que estejamos: na nossa casa, no nosso trabalho, na nossa comunidade, no nosso país.


                Cristo faz seu convite a todos, sem qualquer distinção de nenhuma espécie. Mas nosso coração deve estar totalmente aberto para receber tudo que ele nos quer falar. E isso só conseguiremos com muita oração, meditação e disponibilidade à sua Mensagem.

sexta-feira, 2 de outubro de 2015




"A missão é servir”: 

por Almir Martins


Irmãos e irmãs em Cristo!

Neste mês de outubro em que rendemos homenagem a Nossa Senhora Conceição, modelo de "Serva do Senhor", na dimensão de "Senhora Aparecida", ela que foi Servidora modelo dos cristãos, somos convidados a estarmos em missão servindo os irmãos mais necessitados. 

“A missão é servir” é o tema escolhido pelas Pontifícias Obras Missionárias (POM) do Brasil para a Campanha Missionária 2015 que se realizará em todas as dioceses do país, como também aqui na Diocese de Tubarão. A reflexão para o mês missionário, celebrado em toda a Igreja, segue a proposta da Campanha da Fraternidade, deste ano, que tem como tema “Fraternidade: Igreja e sociedade. Eu vim para servir”.

O lema slogan da Campanha Missionária 2015: “Quem quiser ser o primeiro, seja o servo de todos” é baseado no Evangelho de Marcos (Mc 10, 44) e quer nos ensinar neste mês outubro que "em que Cristo concentra no serviço, o perfil de seus discípulos missionários".

“Servir é uma das palavras que usamos na missão. Não existe missão, se não tiver serviço, porque o serviço dá sentido à missão”, disse à Agência Fides o Diretor Nacional das Pontifícias Obras Missionárias (POM) do Brasil, Pe. Camilo Pauletti, ao explicar a escolha do tema. 

Normalmente o tema da Campanha Missionária acompanha o da Campanha da Fraternidade, com exceção nos anos em que se realiza um congresso missionário específico, com sua própria temática.

“As Pontifícias Obras Missionárias, tem o carisma de olhar para a dimensão missionária como um todo. 
Assim, a Igreja e as Obras Missionárias esperam que o espírito e a solidariedade missionária incentivem os cristãos, todos os batizados e as Igrejas particulares a pensarem na obra missionária em todas as partes. “Assim é uma Igreja em saída, como diz o Papa Francisco, que olha não só para si, mas vai além de si mesma”.

Que nós da Paróquia Imaculada Conceição de Imbituba, possamos neste outubro a encarnar e por em prática o espírito missionário na certeza de que " A MISSÃO É SERVIR"

sexta-feira, 28 de agosto de 2015

OS SANTOS

por Anselmo Ramos

Durante uma catequese com adolescentes, um padre (Pe Valdecir) pediu aos jovens que definissem “o santo”. Várias opiniões foram partilhadas, mas uma em particular chamou muito a atenção do padre. Um dos adolescentes respondeu:

“Santo é um cara de cabeça torta, mãos postas e cara de fome”.

Imediatamente acorreram à memória do padre inúmeras imagens conhecidas de santos, e ele pode confirmar que a resposta do jovem fazia sentido, partindo da possibilidade de que os raros contatos daquele rapaz com a figura de um santo foram as visualizações das imagens que os pais ou avós tinham em casa.

Acaso não tem sido essa também a nossa realidade?
O que temos ensinado às novas gerações a respeito dessas figuras extraordinárias que chamamos de “santos”?
Temos passeado pelas vidas deles, seus testemunhos e exemplos, ou os continuamos apresentando como figuras mágicas que protegem isso ou aquilo e cujo respeito se encerra na veneração e cuidado de suas imagens de gesso?

Podemos não perceber, mas até mesmo esse zelo com as imagens acabam passando uma ideia errada do que nós mesmos conhecemos a respeito dos santos. Sim, pois o excesso de cuidado com uma simples imagem, tipo: “cuidado pra não quebrar”, “cuidado pra não arranhar”, etc., transmitem uma ideia de fragilidade a respeito daquele personagem. Há até quem segure uma imagem como se fosse um bebezinho.

Claro que a nossa veneração aos santos passa também pelo cuidado com as imagens que chamamos “sacras”. Mas de nada adianta cobrar o zelo e o cuidado e não apresentar os motivos pelos quais os veneramos, respeitamos e amamos até mesmo em suas representações plásticas.

Quem é o santo, então?

Talvez a resposta que o Pe Valdecir esperava ouvir daqueles adolescentes, seja essa, que eu gostaria de partilhar também com vocês.

Vamos entender os santos em três pontos:

1)    Os santos são antes de qualquer coisa homens e mulheres como você e eu. Seus nascimentos se deram exatamente como os nossos; assim como nós foram amamentados, precisaram aprender a falar e a andar... O Francisco de Assis, o Antonio, a Clara, também sujaram suas fraldas, e não era nada diferente das nossas. Ainda na infância tiveram seus brinquedos, foram educados e escolarizados (cada um de acordo com o contexto em que viveu, e essa ambiência também serviu para moldar suas personalidades, assim como a nós hoje). Viveram o período da adolescência, com as mesmas crises e transformações. E para alguns, a juventude também foi uma época de muitas festas, baladas e“pegação”. Alguns na juventude optaram pela vida monástica ou sacerdotal, outros pelo matrimônio.
           
E foi nessa situação, vivendo a dimensão humana, que eles optaram por um estilo de vida diferente, e aqui entramos no segundo ponto:

2)    Ao abraçar a mensagem cristã e tornar a Palavra de Deus sua regra de vida, esses homens e mulheres se tornaram diferentes, e eram até visto por muitos como indivíduos separados dos costumes da maioria das pessoas à sua volta. (Etimologicamente, a palavra santo quer dizer [também] “separado”(do grego, hagios) Então este jeito novo de viver, embora com características bem próprias a cada um, tinha algo em comum: a imitação de Cristo. Por isso o desapego material (aos bens terrenos e até ao próprio corpo, também matéria); o apego incondicional aos mais desprotegidos e necessitados; o desejo inesgotável de fazer o bem a quem quer que necessitasse; a perfeita sintonia com Deus e sua vontade e o amor pela Igreja. E com uma força e energia que não era sua, alguns foram a lugares onde ninguém se atrevia a ir, sem medo e sem repugnâncias, levar a Palavra de Deus, não só na pregação, mas principalmente na prática do amor.

Tornaria-se por demais alongado este artigo se eu fosse citar exemplos de tudo isso que resumi no segundo ponto. Mas é graças a esta diferença, em virtude do seu testemunho, que esses homens e mulheres, jovens ou idosos, são merecidamente intitulados pela Igreja como “Santos”.

3)    Porque a Igreja não “fabrica” santos; ela assim os declara, após uma criteriosa investigação acerca da vida e testemunho. É o povo de Deus, os membros da Igreja que apresenta a ela os motivos pelos quais este ou aquele merece ser “elevado à honra dos altares”. O testemunho de vida advoga em favor do “candidato”, juntamente com a aclamação popular. O santo não o é porque a Igreja assim o declarou, mas porque buscou isso em vida, gratuita e despretensiosamente, despertando no coração do seu povo a gratidão e o desejo de tê-lo como exemplo. A Igreja, repito, nas fabrica santos, embora seja ela um canal de aproximação ao Evangelho e sua proposta de santidade.

Portanto, por mais que sejamos convidados e autorizados a venerar esses cristãos que nos precederam, inclusive em suas representações artísticas (imagens), não é a isso que deve se resumir a nossa devoção a eles.

Mais do que importante, é necessário lembrar que, antes de tudo isso, eles foram homens e mulheres como nós, com o diferencial: o diferencial da radicalidade na fé e na caridade. E se assim considerarmos, muito mais do que acender velas, levar flores, fazer novena, carregá-los nos andores, precisamos honrar as suas memórias imitando aquele que eles próprios buscaram imitar: Jesus Cristo. E se eles foram capazes, nós também o seremos, se nos deixarmos guiar pelo Espírito Santo e cultivarmos o amor ao próximo e à Igreja, assim como eles, tão dedicadamente o fizeram.

Algumas imagens de santos até podem ter cabeça torta, mãos postas e cara de fome. Mas os santos sempre tiveram o olhar voltado ao irmão, a vida de oração e traziam na sua face o rosto misericordioso de Deus.


Que os santos e santas de Deus intercedam a Deus por nós em nossas fraquezas. 


Clique AQUI e assista o vídeo.

sábado, 8 de agosto de 2015


AUTO ESTIMA SAUDÁVEL OU ARROGÂNCIA?

por Anselmo Ramos


Você já reparou – e em alguns lugares isso é mais forte - que as pessoas  tem uma crise com a tal da humildade? 

É, HUMILDADE!. 

Algumas pessoas acham que “ser humilde” é se rebaixar, se inferiorizar. E ao mesmo tempo nós combatemos a todo custo as pessoas que “se acham” muito.

Você já deve ter visto isso.

Mas reconhecer o seu próprio valor é uma coisa saudável e demonstra uma percepção boa, positiva de si mesmo. O problema é quando nós cristãos, para nos acharmos muito bons precisamos diminuir os outros.

É muito estranho esse tipo de comportamento entre nós, porque se considerarmos a Sagrada Escritura, por exemplo, o livro de Provérbios, ela diz:

“Que outros façam elogios a você, não sua própria boca” (Pr 27, 2)

A Bíblia também diz que “a boca fala daquilo que o coração está cheio”, neste caso, de tanto você alimentar uma ideia de suposta superioridade, você acaba exteriorizando-a de alguma forma.

Não estou aqui dizendo que há algo de errado em se sentir especial, amado e ter uma auto estima saudável.

Nada de errado, mesmo!

O problema é quando estamos mais preocupados com a atenção pra nossa vida do que para o Deus da vida.

Entende a diferença?

E não pense que não existem pessoas assim. Alguns, mesmo sendo seguidores de Cristo, não estão tão preocupados em ganhar pessoas para Cristo, e sim em ganhar pessoas para si, para o grupo dos seus fãs e admiradores.

Um outro exemplo bíblico, para este caso, é João Batista.

João Batista era “o cara” do momento, antes de o povo conhecer Jesus. Inclusive alguns achavam que ele era o Messias. E ele tinha “um monte” de seguidores,

A fanpage dele bombava

Muita gente atrás dele, cheio de fãs...

E eis que entra em cena Jesus.

E quando Jesus começa a destacar, qual foi a reação de João Batista?

Ciúme? Medo de perder o prestígio? Medo de não ser mais o foco das atenções?

Não. Nada disso.

Sabe o que ele faz?

Ele mostra Jesus aos seus seguidores e diz:

“Aquele ali é o Cordeiro de Deus. E é importante que Ele cresça e eu diminua” (Jo 3, 30)

Meu irmão, quando Cristo aparece verdadeiramente na sua vida e você tem a oportunidade de fazer a experiência dEle, você não faz nenhuma questão de aparecer. Você quer mais é saborear aquele momento e depois sim, deixar transparecer em seus gestos e atitudes, o Cristo que vive em você.

Além disso, a bíblia sempre condenou a tal da arrogância, da prepotência, dessa sensação de nos acharmos sempre mais e melhores do que os outros, e às vezes até auto suficientes.

E qual foi o pecado original?

Exatamente este: a arrogância e o desejo de ser Deus. Isso também foi o que levou Lúcifer e se rebelar contra Deus.

A arrogância às vezes faz com que nós cristãos nos consideremos melhores  que Deus.

Verdade! Quer ver alguns exemplos?

Deus não devia permitir que tal pessoa existisse! Como é que Deus permite que tal pessoa se dê bem na vida?

É o meu julgamento acima do julgamento de Deus.

A carta de São Paulo aos Filipenses (Fl 2, 3) aida nos diz:

 “Nada façam por ambição egoísta ou por vaidade, mas humildemente considerem os outros superiores a si mesmos.”

Isso é ser cristão de verdade.

Ainda o livro de Provérbios:

“A humildade precede a honra, e toda arrogância será castigada” (Pr 18, 12)

Ser arrogante, ser meio metido – como costumamos dizer – é uma tentação pra quase todo mundo, inclusive os cristãos. Não fosse assim o profeta Samuel não teria dito:

“Não falem tão orgulhosamente, nem saia de suas bocas tal arrogância” (1Sm 2, 3)

Cada pessoa tem seu motivo próprio pra ser arrogante. Alguns se tornam arrogantes por causa da sua beleza física, outros por causa da riqueza, outros por serem bem sucedidos, outros por serem padrões de Inteligência ou pela bagagem de conhecimento que carregam.

Quanta bobagem!

A beleza física se vai com o tempo.
O sucesso é passageiro, e às vezes acarreta tristes perdas.
A riqueza pode nos ser tirada num piscar de olhos.
A inteligência, bom, há quem diga que o conhecimento não ocupa lugar (é verdade) e uma vez adquirido não se perde. Que tal o exemplo de alguém em avançado estágio de Alzheimer ou com alguma grave lesão cerebral?

Nada do que temos aqui nos pertence, nem a beleza, nem a riqueza, nem o conhecimento. Tudo vai ficar aqui depois da nossa partida.

Entretanto, o risco de ser orgulhoso e arrogante é de todo mundo: rico ou pobre, famoso ou anônimo.
Não caiamos nesta cilada.

O verdadeiro seguidor de Cristo considera seus irmãos superiores a si mesmo, e nunca se acha acima da média.

Afinal, conforme diz a Bíblia, todos pecamos, logo todos carecemos da Graça de Deus.

E a nós, basta-nos a Sua Graça.

E antes que você leia este texto pensando em julgar este ou aquele irmão, que tal considerar estes trechos bíblicos apresentados e na existência do orgulho e da arrogância em você mesmo?

É muito fácil julgar quem se destaca, e todos nós sabemos que para aqueles a quem Deus deu muito, muito também lhes será cobrado.

Isso quer dizer que todos temos contas a prestar com o Criador.

Não confundamos humildade com baixa auto estima;

Mas também não confundamos auto estima saudável com arrogância e prepotência, e muito menos a usemos como justificativa para humilhar nosso semelhante.

Deus te abençoe!


Texto original – Fabiana Bertotti